Aviso aos navegantes desta galera.


Ótimas Notícias:
1.Depois de longo período inativo, nosso computador já está recuperado!!!
2.Apesar desse longo período de inatividade, o blog www.esperantoforadatoca.blogspot.com foi incluído no rol dos concorrentes que participarão da 2ª fase do concurso TopBlog2010,na categoria COMUNICAÇÃO( pessoal).
Detalhe: na lista, em ordem alfabética, dos selecionados,procurar dentre os que começam com as letras "www".



Estou em plena fase de recuperação. Só estou apanhando no uso do lap top. Daí, provisoriamente, não poder responder as mensagens dos queridos amigos.

27 junho 2006

SENTA AÍ, TALITA!(Acredite, se puder)

Talita:
Remexendo meus arquivos, a procura de um outro assunto que gostaria de incluir neste nosso livrinho, deparei-me com o texto abaixo, escrito em junho de 1996, precisamente há 10 anos. Ah, que saudades das minhas caminhadas quilométricas, respirando o ar puro de Araras!As limitações impostas pela saúde física, são evidentes e compreensiveis.Felizmente,a saúde mental continua vigorosa!

ACREDITE, SE PUDER
(FJGM- junho de 1996)



Nos últimos anos adquiri um hábito fantástico: caminhar, diariamente, de 6 a 8 km. Só o exercício físico já seria o suficiente para proporcionar resultados muito positivos. Acontece que, ao caminhar, procuro pôr em prática outros exercícios mais ligados ao plano das idéias, da imaginação. E foi justamente durante uma das recentes caminhadas, enquanto respirava o ar puro das montanhas, subindo e descendo longos trechos da estrada, sentindo a brisa fresca e o perfume suave da vegetação, que me ocorreram estimulantes indagações filosóficas, relacionadas à expansão da consciência humana.

Gostaria de compartilhar com muitas pessoas as idéias que me vieram à mente. É possível que algumas dessas pessoas venham , então, a sentir o mesmo prazer que experimentei, enquanto meditava sobre os diferentes níveis de consciência que distinguem os seres vivos.

Não sei o que me levou a pensar, inesperadamente, nas baleias e nos grupos humanos que se empenham na proteção desses animais.

Até agora, suponho que as baleias não tenham noção da existência de seres que possam vir a se preocupar com a preservação dessa espécie animal. Aliás, suponho também, que elas não cheguem sequer a suspeitar do que vem a ser "preocupar-se", "preservação", "espécie" e muito menos a integração desses conceitos.

O fato de as baleias não terem consciência da existência de entidades que zelam pela sua preservação não impede que tais entidades proliferem e persistam lutando para protejê-las.

E nós, homens, não seremos também animais desprovidos de uma consciência - pelo menos no estado atual - capaz de perceber a existência de seres, entidades ou forças superiores que, analogamente ao que ocorre com as baleias, zelam pela preservação desta pobre espécie?

Não admitir a possibilidade da existência de algo inteligente que esteja fora do alcance da nossa percepção não garante, absolutamente, que esse algo seja apenas fruto de uma imaginação doentia.

Os movimentos a favor da ecologia estão se aprimorando a cada dia, independente dos integrantes dos reinos mineral, vegetal e animal terem ou não consciência do que está sendo feito a respeito.

Não deixa de ser estimulante admitir a possibilidade de haver alguma força misteriosa e incorpórea que esteja batalhando a nosso favor. O que parece mais absurdo: admitir esta hipótese, com base na humilde constatação das nossas limitações perceptivas, ou negá-la, peremptoriamente, com base na presunçosa certeza de que somos racionalmente infalíveis?

No início desta conversa, disse que gostaria de compartilhar com muitas pessoas as idéias que me vieram à mente. A troco de quê teria eu este objetivo? Simplesmente pelo prazer de estar possibilitando que outros sintam a mesma alegria que senti. Alegria decorrente de haver encontrado uma pista, um recurso, um motivo capaz de fortalecer a fé que muitas vezes se apresenta vacilante, particularmente, quando atravessamos momentos difíceis.

Amigo leitor, desejo sinceramente que este texto lhe traga algum benefício. Admita que o fato do autor não o conhecer pessoalmente não chega a afetar a intensidade do desejo de lhe ser , eventualmente, útil. Acredite, se puder.



08 junho 2006

SENTA AÍ,TALITA!(Paulo e suas profecias)

Um dos meus saudosos irmãos, o Paulo, sempre foi uma figura queridíssima de todos que o conheceram. Como ninguém é perfeito, tinha lá os seus defeitos, suas manias, seu modo irreverente de defender pontos de vista. Mas, no fundo, no fundo, era uma pessoa boníssima, incapaz de voluntariamente fazer ou desejar mal a alguém. Bom papo, sorvete Itália, praia e convívio com os jovens era o que mais gostava de fazer. Os sobrinhos que o digam! Muitas das suas idéias, expostas há mais de 40 anos, eram verdadeiras profecias. Chegavam a ser chocantes, para alguns; encaradas como maluquices, por outros; aceitas com certas reservas, por uma minoria. O nosso querido futurólogo tinha alguns hábitos que não conseguia explicar. Jamais foi capaz de me responder por que fazia o sinal da cruz, antes de dar um mergulho nas nossas belíssimas praias, já que, teoricamente, se dizia ateu. Juro que o mundo seria muito melhor do que é se fosse habitado por um número maior de ateus, do tipo do meu irmão Paulo. Acho até, que a freira, uma desconhecida companheira de viagem de ônibus, Rio-Belo Horizonte, que passou por situação extremamente constrangedora ao dialogar com o nosso profeta, acabaria concordando comigo, se o conhecesse melhor. O nosso futurólogo tinha comportamentos, aparentemente paradoxais: alertava-nos para o fato de que, no futuro, a instituição “casamento" iria desaparecer. No entanto, era um eterno dependente da esposa, apaixonado pela minha cunhada Mariinha, pelos filhos, Paulo e Ney, e pelos sobrinhos, Marcos e Cristina, que ajudou a criar. Emocionado, recordo-me da grande festa de bodas-de-ouro do casal Paulo/Mariinha.

Na foto ao lado, o profeta acompanha o irmão caçula na solenidade de abertura do 66º Congresso Mundial de Esperanto,
ocorrido em Brasília-DF,em 1981. Embora não tivesse se filiado a qualquer entidade do movimento esperantista, era um sincero apreciador da idéia da adoção de uma língua neutra internacional para a comunicação entre povos de idiomas diferentes. Conhecedor da gramática do esperanto e adepto de tudo que fosse baseado em raciocínio lógico, em suas rodinhas de bate-papo, argumentava com invejável didática sobre a relativa facilidade do aprendizado dessa língua, comparando-o com o aprendizado das línguas nacionais.

Com relação ao uso de palavras obscenas, enxergava com décadas de antecipação, a situação atual. Mas, na prática, não era, absolutamente, um "desbocado", expressão que empregávamos ao recriminar nossos filhos pelo indevido uso de palavras de baixo calão. O que ele previa, é que a sociedade sofreria grandes modificações. Suas pregações eram como que advertências para que nos preparássemos, com naturalidade, para enfrentar as inexoráveis mudanças. Não fossem as tais pregações, onde procurava reduzir o impacto causado pelos palavrões, comparando-os a simples códigos lingüísticos que deveriam ser liberados sem maiores problemas, ao invés de permanecerem reprimidos, hoje eu teria maiores dificuldades para aceitar o linguajar dos jovens, particularmente, os freqüentadores do Orkut. Filmes, peças teatrais, programas de televisão, crônicas de humoristas famosos e até mesmo títulos de obras literárias revelam que o Paulo estava com a razão.
Mas, vocês devem estar querendo saber como foi o diálogo com a freira. Vou tentar reproduzi-lo. A cena ocorreu durante uma parada do ônibus que ia para Belo Horizonte.Na calçada da estação , uma mulher rodava a sua bolsinha, na expectativa de atrair algum cliente.Sentados no mesmo banco do ônibus, Paulo e a freira. Gravando!
"-Irmã, veja, por exemplo, como reprimimos expressões: o que a senhora acha que aquela senhora está fazendo?"
"-Rodando uma bolsinha, é claro."
"-Está bem. Mas, o que a senhora acha que ela é? Que tipo de atividade exerce?"
A freira, ligeiramente ruborizada diz: "Uma adúltera". Paulo insiste: “Mas a senhora não teria um sinônimo mais popular?”.
Virando o rosto para a janela, sem encarar o interlocutor, ela responde: “Prostituta". Prossegue o pseudo-sociólogo, PHD em indiscrição: "Mas a senhora não precisava virar o rosto para me responder. Encare-me e diga, sem cobrir a boca com as mãos, qual o nome mais usado pelo povão, que substitui a palavra prostituta?”.
Finalmente, a freira, para se ver livre do constrangedor interrogatório, atende ao pedido, cumprindo as recomendações: "Puta!" (Acho que a freira respondeu corretamente, porque não conseguiu liberar o seu real desejo de xingar o mano pronunciando, ainda que baixinho: "Puto!").
Não sei como tive coragem de passar para a galera expressões que não costumo usar no meu dia-a-dia. Só mesmo o Paulo e suas profecias, seria capaz de explicar.
Concluindo: Depois de toda esta preparação, sinto-me mais à vontade para ilustrar o inofensivo uso do palavrão em piadas que circulam pela internet. Trata-se de uma apresentação de eslaides baseada em texto de autoria desconhecida: www.npoint.com.br/sementeira/perucomuisque.pps. Na versão para o esperanto, fiz algumas adaptações, tentando minimizar possíveis choques culturais ( www.npoint.com.br/sementeira/meleagro.pps ) . Divirtam-se !