Aviso aos navegantes desta galera.


Ótimas Notícias:
1.Depois de longo período inativo, nosso computador já está recuperado!!!
2.Apesar desse longo período de inatividade, o blog www.esperantoforadatoca.blogspot.com foi incluído no rol dos concorrentes que participarão da 2ª fase do concurso TopBlog2010,na categoria COMUNICAÇÃO( pessoal).
Detalhe: na lista, em ordem alfabética, dos selecionados,procurar dentre os que começam com as letras "www".



Estou em plena fase de recuperação. Só estou apanhando no uso do lap top. Daí, provisoriamente, não poder responder as mensagens dos queridos amigos.

21 agosto 2006

SENTA AÍ,TALITA! Conhecendo melhor galhos e frutos de uma árvore genealógica.

Trecho extraído de carta enviada em 2.8.2006 pela minha irmã e madrinha, coruja de primeira grandeza, Maria Tereza ( residente em Cruzeiro-SP),cumprindo com louvor a tarefa que eu havia solicitado, no sentido de contribuir com informações e " causos" para o enriquecimento do nosso livrinho-eletrônico.

A propósito de contribuições, não perdi as esperanças de ser surpreendido,a qualquer momento,com a chegada de algo que nos possibilite recordar como eram deliciosas as reuniões realizadas na casa da nossa mãe para a leitura das
famosas Cartas de Papai Noel. Saber como vem sendo mantida essa tradição de nossa família é um ponto que merece ser aqui divulgado. Mas,....vamos ao que interessa
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(Ano 1925-Niterói)
Talita, quero lhe apresentar membros da família Galvão ( ramo materno de seu avô) que são também seus parentes de 2º e 3º graus : sua tataravó Clara e as duas filhas Noemï (sua bisavó) e Bebê (sua tia de 3ºgrau). Noemï ( minha mãe) morava no Rio ( na época, Niterói era a capital do nosso Rio) e tia Bebê, em Bagé-RS. Vó Clara passava 6 meses do ano, quando o clima era quente, no sul e os 6 meses frios, no Rio( Niterói). Nessa época, sua bisavó Noemï tinha 5 filhos :Talita, José,Paulo, Tito e Maria Tereza.

(Enquanto não recebo resposta da consulta que fiz ao Suporte do Blogger, a respeito da colocação de imagens neste trecho, sugiro que cliquem no seguinte endereço http://www.npoint.com.br/sementeira/sandyfamilia3.jpg para ver a foto do casal Justiniano/Noemï rodeado dos filhos acima citados)

Acontece que o marido da tia Bebê- meu tio Luiz Teixeira Mércio- adoeceu com problema renal e precisava de cirurgia ,relativamente,urgente. Como só aceitava ser operado pelo meu pai, no Rio, viajou com a tropa toda e deixou os 4 filhos - Fernando, Helô, Amélia e Roberto - em nossa casa, aos cuidados da mamãe, enquanto tia Bebê acompanhava o marido no hospital, sendo que a internação durou 4 meses ( esse detalhe fiquei sabendo mais tarde, porque na época eu tinha apenas 3 aninhos). Nessa altura do campeonato a casa da sua bivó Noemï virou uma creche, com 9 crianças de 2 a 14 anos: Fernando 14,Talita 13, José 10, Paulo 9, Helô 8, Amélia 7, Tito 6, Maria Tereza 3 e Roberto 2. É mole? Para a sua bivó Noemï não devia ser nada mole, mas para a meninada a chegada dos primos gaúchos, que até então não se conheciam, foi o " máximo". E a turma se entrosou numa boa. Nossa casa tinha um quintal enorme que proporcionava aos primos vários tipos de brincadeiras. Uma das preferidas era o banho de chuva ( daquelas chuvas de verão, fortes e mais ou menos passageiras). Quando o céu começava a escurecer, os mais velhos já mandavam a turma vestir as "roupas de banho", como eram chamados os atuais maiôs e sungas. E a farra começava já aos primeiros pingos de chuva. E era aquele " auê"! Esse programa inocente mas delicioso se repetia em todos os dias chuvosos... até o dia que Helô, a de 8 anos, caiu e bateu com a cabeça numa pedra. Foi um grande susto para todos e papai proibiu os banhos na chuva. José, então, inventou um circo. Ele sempre gostou de se exibir sapateando, tentando acrobacias, etc, e eu, nos meus três aninhos, ficava encantada com as proezas desse irmão. Foi então que ele inventou as tais
pernas de pau e me ensinou a andar ( cá pra nós, eu era uma macaca do meu irmão). E não é que desfilava numa boa ( monitorada por ele, é claro!) toda crente que estava agradando. Esse " número" fazia parte da " programação do circo. E essa "creche da tia Noemï" funcionou até a saída do tio Luiz do hospital , já recuperado da saúde e pronto para retornar ao sul. Mas... a família Galvão Mércio acabou ficando mais um tempinho para passar o Natal conosco. Os nossos primos vibraram com essa decisão que foi comemorada no melhor estilo dos bagunceiros. Oitenta e um anos são passados e, por incrível que pareça, lembro-me com saudades dessa fase gostosa da minha vida , como se fosse ontem.
( Mesmo depois de adulto, como podemos comprovar pela foto http://www.npoint.com.br/sementeira/joseanao.jpg , José não perdeu o entusiasmo por apresentações circenses, ora fazendo mágicas, ora sapateando, ora ensinando aos irmãos mais novos e sobrinhos como dar saltos mortais.Aqui ele distrai a garotada, durante uma reunião familiar, fazendo dupla com o irmão Paulo. Trata-se da imitação de um bem-humorado anãozinho).


Vó Clara era enérgica, mas pródiga em agradar os netos, com presentes e passeios. Do jeito que agradava, também repreendia sem cerimônias ( afinal, os pais estavam presentes...). Os netos prediletos dessa avó eram José e Helô e nesse período da bagunça, foram os únicos que mereceram um " pito" da vovó. Imagine, Talita, a precocidade dos seus primos José e Helô ( 10 e 8 anos): resolveram namorar ! Um belo dia vó Clara, através do vidro de uma porta que separava as salas lá de casa, pegou um flagrante dos dois beijando-se na boca (!!!). É mole? vovó ficou escandalizada e colérica. Passou um " pitão" nos dois inocentes namorados ( tadinhos!) e os colocou de castigo por um tempinho. Imagine se ela visse hoje os " ficantes"...
Entre os feitos de prodigalidade da vó Clara houve um que me marcou muito
nos meus três aninhos: o Natal do ano 1925. Era hábito dos meus pais ( seus bisavós) reunirem a família toda, inclusive empregada e agregada ,como a minha Fofó, que morava em nossa casa ( seu vô-certinho lhe explicará quem foi essa saudosa Fofó), para a "Missa do Galo"(25 de dezembro) e, nesse Natal, então com a presença dos Mércios, a família dobrou e quase lotou a igreja (exagero da sua ti-vó). E lá fomos todos para a igreja, não sem antes, todos, crianças e adultos, colocarem seu sapatinho na janela, na expectativa da vinda ou não do Papai Noel. e isso foi feito sob a orientação de vovó e já era hábito de nossa família enquanto havia crianças crédulas em Papai Noel.. Claro que a turma-mirim participou " a muque" da Missa do Galo, permanecendo com o sentido na janela da casa, onde estavam os sapatos. Ao voltarem e entrarem na sala , que susto! Numa das poltronas, refestelado, estava o Papai Noel ( muito bem caracterizado e com sotaque português) e ao seu lado, uma grande cesta lotada de presentes.
Roberto ficou com medo do bom velhinho e não atendeu ao seu chamado, enquanto a espevitada Terezinha, sem a menor cerimônia, aceitou o convite recusado pelo primo e se instalou no joelho de Papai Noel. Foi um Natal e tanto! Presentes de montão etc, etc etc. Guardei aquela imagem por anos e anos e só descobri a identidade do pseudo-velhinho, quando já com 10 anos, em conversa com a minha Fofó e lembrando os Natais antigos, ela me perguntou: " Você lembra daquele Natal com o Sr. Adelino? Ele estava perfeito, né?". Meu mundo caiu! Esse Sr. Adelino era o marido de uma lavadeira jovem e bonita. Ambos moravam em um quartinho em nosso quintal. Passado o Natal, a garotada voltou para Bagé, onde tio Luiz era fazendeiro. Foi na fazenda dele que seus tios ( meus irmãos ) José e Paulo nasceram. Dez anos depois (1935) o casal Bebê/Luiz voltou para o Rio, em definitivo, com a prole aumentada de uma 5ª filha: Noemï ( vulgo Mizinha). Por falar em 5ª filha, lembrei-me de vó Clara. Explico porque: meus pais casaram-se no sul (Pelotas-RS), passaram uma temporada no Rio até o nascimento da Talita ( 1912) e voltaram para o sul (Cruz Alta-RS) onde papai "fez nome", como mamãe contava, com uma bela clientela; acho que os dois se entusiasmaram com a produção de clientes e fizeram o mesmo com relação à prole. Mamãe caprichou mais 4 filhos nos anos seguintes. Conclusão: foram 5 filhos em 5 anos, é mole? Talitha -1912, Helena-1913, Elizabeth-14,José Geraldo- 15 e Paulo-16. Que fartura, né?Vó Clara contava que quando alguém perguntava " como vai a Noemï?", a resposta era sempre a mesma: " vai bem, no seu estado normal...". Acreditava que por acharem que o clima frio dos pampas estava influindo na fertilidade...( do casal, né?) resolveram voltar para o Rio. Nada disso. Papai deve ter sido transferido para se engajar no exército, como médico-militar. Coincidência ou não... houve uma trégua e o 6º só aconteceu em 1919, trazendo o meu saudoso irmão Tito Luiz. Aí, os espaços se normalizaram: 1922-eu,27-Maria Clara (Clarita), falecida prematuramente com apenas meses de vida, 32- Myriam e para fechar com chave-de-ouro a dezena do fertilíssimo casal, chegou o meu 9º irmão, o avô-certinho dessa galera bonita " Torres + Marinho". E...viva nós ,com essa " raça puro- sangue", como diz a Natalia.........
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