Aviso aos navegantes desta galera.


Ótimas Notícias:
1.Depois de longo período inativo, nosso computador já está recuperado!!!
2.Apesar desse longo período de inatividade, o blog www.esperantoforadatoca.blogspot.com foi incluído no rol dos concorrentes que participarão da 2ª fase do concurso TopBlog2010,na categoria COMUNICAÇÃO( pessoal).
Detalhe: na lista, em ordem alfabética, dos selecionados,procurar dentre os que começam com as letras "www".



Estou em plena fase de recuperação. Só estou apanhando no uso do lap top. Daí, provisoriamente, não poder responder as mensagens dos queridos amigos.

22 novembro 2006

SENTA AÍ, TALITA!( Aê, leque: Tu não és burro, não!)

A notícia me chegou através da Natalia, que por sua vez a recebeu da Talita: " -Vô , você não vai acreditar!". Sem dar tempo para minha indagação, foi logo dizendo: -O Guilherme deu aula de Química para o primo Dudinha. Ainda vibrando com a façanha do irmão, tido e havido como um cabra que não é lá muito chegado aos estudos, acrescentou : - Imagina qual o comentário do agradecido discípulo do Gui, que também é tido e havido como um grande amigo do livro, pois está sempre demonstrando sua fidelidade ao companheiro inseparável(- Tô contigo, e não abro!) ..."-Aê, leque: Tu não és burro, não!"
Juro que cheguei a ficar com inveja do Prof. Gui, pois durante as minhas tentativas de passar algumas informações da área da matemática para salvar o neto Dudinha das incômodas "recuperações de fim-de-ano" jamais havia recebido um elogio daquele jaez:-Vô, tu não és burro , não! É bem verdade, que nesta altura da vida já não sinta mais necessidade desse tipo de estímulo. Mas, na minha fase de moleque, quando não revelava pendores para qualquer tipo de estudo , e tinha minhas dúvidas quanto à capacidade de acompanhar o ritmo dos bem-dotados colegas do Colégio Militar do Rio de Janeiro, qualquer comentário favorável ao meu comportamento como estudante era capaz de mexer com os meus brios e provocar mudanças indeléveis. Ouvir, casualmente, um elogio feito por uma mãe carinhosa, em conversa com outros adultos deixa marcas profundas. Um simples comentário de um professor de Geografia e outro de um professor de Inglês mexeram com a minha auto-estima. Certa vez surpreendi minha mãe comentando com uma amiga: - Esse garoto tem tiradas incríveis; fala pouco, mas às vezes nos surpreende com intervenções interessantes. O assunto estava relacionado a um termo muito empregado lá em casa, casa de médico que freqüentemente indagava do funcionamento dos intestinos da prole que ficava sob os cuidados da D.Noemï: - Como está a evacuação do menino? Respondia ela: "- Melhorou, mas ainda se apresenta sob a forma de cíbalos." Diante do olhar atento do menino, a mãe perguntou: - Você sabe o que são cíbalos, meu filho? Sei sim, respondeu o guri: - Cíbalos , são silabas das fezes. Imaginem a surpresa da orgulhosa mãe com a resposta do caçula. E vocês, seriam capazes de imaginar o que os elogios pela resposta poderiam provocar na cabeça de alguém , até então cheio de dúvidas quanto à própria inteligência?
Outra passagem interessante, que gerou grandes mudanças no meu comportamento de estudante desligado, que vivia no mundo da lua, aéreo ao que se passava nas salas de aula, ocorreu quando ainda estava no 3º ano ginasial ( atualmente, 7ª série do ensino fundamental). Havia no CMRJ um professor de Geografia, extremamente rigoroso,que irritado com o modo irreverente como alguns colegas apresentavam ponderações sobre eventuais equívocos na correção das provas a que eram submetidos, resolvia reexaminá-las com redobrado rigor, o que invariavelmente provocava redução da nota obtida. Eis que, numa dessas ocasiões, um dos seus alunos mais fracos, dirigiu-se a ele da forma que lhe pareceu a mais respeitável, solicitando ajuda no sentido de apontar o motivo de determinada correção, uma vez que não tencionava cometer o mesmo engano em situações futuras. Resultado: ao invés de uma redução da nota anterior, o que se ouviu foi um inesquecível elogio público pela forma diplomática utilizada pelo aluno para a obtenção do seu intento. Nota aumentada. Atenção redobrada nas aulas subseqüentes, para não decepcionar o mestre com os vôos rasantes e viagens espaciais que costumava realizar durante as aulas.
Grandes mudanças ocorreram a partir do estímulo recebido. Fica uma lembrança: " O verdadeiro malandro é aquele que deixa de ser malandro só de malandragem!",
Bem , o que gostaria de deixar aqui registrada não é apenas a satisfação de ver os progressos alcançados pelos netos, mas particularmente a amizade, a solidariedade, a camaradagem, a gratidão que une irmãos e primos. Essa turminha não me surpreende mais; sei que todos possuem o ferramental necessário para se tornarem muito bem sucedidos na vida. Até hoje, os argumentos usados para convencer aos outros da necessidade do estudo têm sido predominantemente relacionados ao êxito pessoal, às conquistas por um bom emprego.Torço para que no futuro o foco seja outro: " estude para poder se tornar mais útil à humanidade."
Mestres Guilherme e Dudinha, obrigado pelas lições que vocês nos têm dado!
Aê, leques, vocês não são burros, não!
Vô Fernando
Recado para o Gui: Já transmiti para o Dudinha, em primeira mão, a notícia da sua recente aprovação no vestibular do IBMEC-RJ. Valeu, leque!

13 novembro 2006

SENTA AÍ, TALITA ! ( A última viagem de táxi)

Oi, Galera!
Faz tempo que não atualizo este nosso blog. Para não protelar ainda mais essa agradável tarefa, aqui vai uma belíssima mensagem, de autoria de um ex-taxista de Belo Horizonte-MG. Trata-se de uma emocionante lição.
Antes porém, gostaria que vocês soubessem o que escrevi para o autor da citada mensagem:

Meu CARO Sr. RICO,Uau! (melhor dizendo: " au! au! au!"), seu sítio http://www.rico.com.br é um BARATO!Acabei de receber de um amigo, esperantista de Goiânia,Goiás-GO o arquivo pps "A última viagem de taxi", o que me levou a buscar maiores informações sobre o seu maravilhoso trabalho.Li, com particular interesse , todas as mensagens que o Sr recebeu fazendo alusões extremamente favoráveis e merecidas ao texto " A última viagem de taxi". Descobri, por exemplo, que o pps em questão já foi vertido para o hungaro e que tem circulado por várias outras partes do mundo. Que agradável surpresa!Resumindo: Gostaria de receber sua autorização para vertê-lo para o esperanto e divulgá-lo através do Projeto Sementeira Esperanto (http://www.npoint.com.br/sementeira) , acrescentando aos créditos já existentes , a informação de que foi por mim traduzido ,do original, em português, para a língua neutra internacional . Caso aprove minha proposta, comprometo-me a acrescentar outras informações que o meu mais novo amigo venha a julgar convenientes, como por exemplo: "versões para outras línguas serão sempre bem-vindas".Antecipadamente, agradece a atençãoFernando José Galvão Marinho

A Última Viagem de Táxi!
Houve um tempo em que eu ganhava a vida como motorista de táxi. Os passageiros embarcavam totalmente anônimos. E, às vezes, me contavam episódios de suas vidas, suas alegrias e suas tristezas...Encontrei pessoas que me surpreenderam. Mas, NENHUMA como aquela da noite de 25 para 26 de julho do último ano em que trabalhei na praça!Havia recebido já tarde da noite uma chamada vinda de um pequeno prédio de tijolinhos, em uma rua tranqüila do subúrbio de Belo Horizonte, capital das Minas Gerais.Quando cheguei ouvia cachorros latindo longe. O prédio estava escuro, com exceção de uma única lâmpada acesa numa janela do térreo.Nestas circunstâncias, outros teriam buzinado duas ou três vezes, esperariam só um pouco e, então, iriam embora.Mas, eu sabia que muitas pessoas dependiam de táxis como único meio de transporte a tal hora. A não ser, portanto, que a situação fosse claramente perigosa, eu sempre esperava..."Este passageiro pode ser alguém que necessita de ajuda", pensei. Assim, fui até a porta e bati. "Um minutinho", respondeu uma voz débil e idosa.Ouvi alguma coisa ser arrastada pelo chão... Depois de uma pausa longa, a porta abriu-se. Vi-me então diante de uma senhora bem idosa, pequenina e de frágil aparência!Usava um vestido estampado e um chapéu bizarro daqueles usados pelas senhoras idosas nos filmes da década de 40! E se equilibrava numa bengala, enquanto segurava com dificuldade uma pequena mala...Dava para ver que a mobília estava toda coberta com lençóis. Não haviam relógios, roupas ou adornos sobre os móveis. Num canto jazia uma caixa aberta com fotografias e vidros...A velha senhora, esboçando então um tímido sorriso de quem havia já perdido todos os dentes, pediu-me: “O senhor poderia me ajudar com a mala?”Eu peguei a mala e ajudei-a caminhar lentamente até o carro. E enquanto se acomodava ela ficou me agradecendo...- "Não é nada, apenas procuro tratar meus passageiros do jeito que gostaria que tratassem minha velha mãe”... - "Oh!, você é um bom rapaz!"Quando embarcamos, deu-me um endereço e pediu: - "O senhor poderia ir pelo centro da cidade?" - "Este não é o trajeto mais curto", alertei-a prontamente.- "Eu não me importo... Não estou com pressa... Meu destino é o último! O asilo dos velhos"...Surpreso, eu olhei pelo retrovisor. Os olhos da velhinha brilhavam marejados... - "Eu não tenho mais família e o médico me disse que tenho muito pouco tempo"...Disfarçadamente desliguei o taxímetro e perguntei: -"Qual o caminho que a senhora deseja que eu tome?"Nas horas seguintes nós dirigimos por toda a cidade. Ela mostrou-me o edifício na Praça 7 em que havia, em certa ocasião, trabalhado como ascensorista...Nós passamos pelas cercanias em que ela e o esposo tinham vivido como recém-casados. E também pela Igrejinha de São Francisco, na Pampulha, onde comemoraram Bodas de Ouro!Ela pediu-me que passasse em frente a uma loja de móveis na região da Praça da Liberdade, que havia sido um grande salão de dança que ela freqüentara quando mocinha!De vez em quando, pedia-me para dirigir vagarosamente em frente a um edifício ou esquina. Era quando ficava então com os olhos fixos na escuridão, sem dizer nada... E olhava. Olhava e suspirava...E assim rodamos a noite inteira... Quando o primeiro raio de sol surgiu no horizonte, ela disse de repente:"Estou cansada... E pronta! Vamos agora!"Seguimos, então, em silêncio, para o endereço que ela havia me dado. Chegamos a um prédio rodeado de árvores, uma pequena casa de repouso.Dois atendentes caminharam até o taxi, assim que paramos. Eram amáveis e atentos e logo se acercaram da velha senhora, a quem pareciam esperar.Eu abri o porta-malas do carro e levei a pequena valise até a porta. A senhora, já sentada em uma cadeira de rodas, perguntou-me então pelo custo da corrida.- "Quanto lhe devo?", ela perguntou, pegando a bolsa.- "Nada!", eu disse.- "Você tem que ganhar a vida, meu jovem”- "Há outros passageiros", respondi.Quase sem pensar, curvei-me e dei-lhe um abraço. Ela me envolveu comovidamente e devolveu-me com um beijo afetuoso e repleto da mais pura e genuína gratidão! E disse:- "Você deu a esta velhinha bons momentos de alegria, como não tinha há tanto tempo... Só Deus é quem sabe o quanto você fez por mim! Obrigada, MEU AMIGO! Mil vezes obrigada!!!”Apertei sua mão pela última vez e caminhei no lusco-fusco da alvorada sem olhar para trás, pois as lágrimas corriam-me abundantes pela face...Atrás de mim uma porta foi fechada. Era o som do término de uma vida... Naquele dia não peguei mais passageiros. Dirigi sem rumo, perdido nos meus pensamentos. Mal podia falar.Dois dias depois, tomei coragem e voltei no asilo para ver como estava a minha mais nova amiga. Me disseram, então, que na noite anterior adormecera para sempre, em paz e feliz...E fiquei a pensar, se a velhinha tivesse pego um motorista mal-educado e raivoso... Ou, então, algum que estivesse ansioso para terminar seu turno...Óh, Deus! E se eu houvesse recusado a corrida? Ou tivesse buzinado uma vez e ido embora?... Ao relembrar, creio que eu jamais tenha feito algo mais importante na minha vida até então!Em geral nos condicionamos a pensar que nossas vidas giram em torno de grandes momentos. Todavia, os GRANDES MOMENTOS freqüentemente nos pegam desprevenidos e ficam guardados em recantos que quase todo mundo considera sem importância... quando nos damos conta... já passou.AS PESSOAS PODEM NÃO LEMBRAR EXATAMENTE O QUE VOCÊ FEZ, OU O QUE VOCÊ DISSE.MAS, ELAS SEMPRE LEMBRARÃO COMO VOCÊ AS FEZ SENTIR-SE.PORTANTO, VOCÊ PODE FAZER A DIFERENÇA!PENSE NISTO!!!OS IDOSOS DE HOJE, SOMOS NÓS AMANHÃ!
Fonte: Don Rico