FJGM
Artur Xexéu foi de uma franqueza absoluta ao escrever o artigo “Aprendendo Alemão”, publicado na Revista O Globo deste último domingo,14 de maio. De uma forma descontraída e bem-humorada ele narra as experiências por que passou durante um curso ministrado por Frau Marracine, cuja missão, nada fácil, se resumia em “fazer 20 jornalistas que se preparam para ir à Copa do Mundo conhecer um pouco do idioma do país-anfitrião”. Segundo Xexéu, “ na primeira aula, ela nos ensinou a dizer Copa do Mundo de Futebol –“Fussball Weltmeisterschaft”- o que fez com que a turma fosse reduzida à metade na aula seguinte. Julguei que o articulista estivesse colocando pitadas de humor para tornar a catarse menos dolorosa. Não tive mais dúvidas, ao ler outro trecho onde é dito que “ na última aula, como na novela do SBT, éramos seis.Alguns desistiram ao descobrir que um pedido de desculpas era impronunciável: “ Entschuldigunde”. Outros, ao perceber que alguns verbos eram divididos ao meio, ficando uma parte no começo da frase e o resto no fim. Mais alguns quando viram expressões pequenas, como “volto já”, virarem frases enormes como “ ich komme gleich wieder”. Concluindo , o jornalista afirma que foi até o fim.Diplomou-se. Mas, acabou dizendo algo seríssimo : “Não dá para dizer que se aprende uma língua em que nunca se ouve a expressão “ a regra é essa”, mas “ a regra quase sempre é essa”.
Se não me falha a memória,há muitos anos, Xexéu publicou um comentário desfavorável ao esperanto, citando-o , de forma sarcástica, como um idioma internacional que ninguém fala. Admito que não tenha sido ele o autor do comentário, pois não quero ser processado por calúnia, uma vez que não guardei as provas do crime. O fato é que, na época, respondi para quem apresentou a crítica infundada, mas não obtive retorno. Procurei demonstrar que o jornalista estava muitíssimo mal informado a respeito do esperanto. Hoje, com o desenvolvimento da internet e graças a poderosos instrumentos de busca, como o Google , não dá mais para continuar imaginando que o esperanto é uma língua internacional que ninguém fala.
Bem, gostaria de dizer ao Xexéu que nunca estudei alemão, no entanto,ao estudar o esperanto acabei tomando conhecimento da existência de vários vocábulos oriundos daquela língua.
Ex: O radical da palavra “danki”, que por sinal é o verbo “ agradecer”, originou-se do alemão. Vale informar que todo verbo no modo infinitivo termina em “i”. Skribi(escrever); legi(ler); rigardi(olhar,observar); meti (pôr, colocar);... O final em “o” indica um substantivo- sem exceções!!!(danko= agradecimento). O final “e” indica um advérbio (danke= agradecidamente); o final “a”, um adjetivo ( danka gesto = um gesto de agradecimento);
Fraŭlo ( é um substantivo de origem germânica e significa “homem solteiro”); fraŭlino(também é um substantivo, mas o sufixo “in”( sem exceções!) indica tratar-se de feminino.Logo, fraŭlino= senhorita, mulher solteira. Numa falsa conclusão, julguei que Frau Marracine fosse um professor solteiro, pois ouvi dizer que “ frauline”, em alemão, é senhorita. Agora, estou supondo que Frau é um nome próprio. A colocação de um “j” no final dos substantivos e adjetivos é a indicação de plural ( sem exceções!). Dankoj , fraŭloj, fraŭlinoj, hundoj(cães),knaboj(meninos, rapazes).Acho melhor ficarmos por aqui. Naturalmente, se algum leitor estiver interessado em maiores informações sobre o esperanto, sugerimos examinar as ligações(links) que colocamos no lado direito deste “blogo” .
Não gosto de afirmar que o esperanto é uma língua fácil, porque a rigor nenhuma língua pode ser considerada fácil. No entanto, afirmo que, em relação às demais línguas ,ele é a mais fácil de todas. Nessa língua, dizemos com segurança :a regra é essa!
No esperanto ,eu garanto!
Agora, vamos para a hora-do-recreio. Vejam o que andou circulando pela internet:
Alemão é facil
A língua alemã é relativamente fácil. Todos aqueles que conhecem as línguas derivadas do latim e estão habituados a conjugar alguns verbos podem aprendê-la rapidamente. Isso dizem os professores de alemão logo na primeira lição.
Para ilustrar como é simples, vamos estudar um exemplo em alemão:
Primeiro, pegamos um livro em alemão, neste caso, um magnífico volume, com capa dura, publicado em Dortmund, e que trata dos usos e costumes dos índios australianos hotentotes (em alemão, "Hottentotten"). Conta o livro que os cangurus (Beutelratten) são capturados e colocados em jaulas (Kotter), cobertas com uma tela (Lattengitter) para protegê-los das intempéries. Estas jaulas, em alemão, chamam-se jaulas cobertas com tela (Lattengitterkotter) e, quando possuem em seu interior um canguru, chamamos o conjunto "jaula coberta de tela com canguru" de Beutelrattenlattengitterkotter.
Um dia, os hotentotes prenderam um assassino (Attentäter), acusado de haver matado a mãe (Mutter) hotentote (Hottentottenmutter) de um garoto surdo e mudo (Stottertrottel). Esta mulher, em alemão, chama-se Hottentottenstottertrottelmutter e o seu assassino chamamos, facilmente, de Hottentottenstottertrottelmutterattentäter.
No livro, os índios o capturaram e, sem ter onde colocá-lo, puseram-no numa jaula de canguru (Beutelrattenlattengitterkotter). Mas, incidentalmente, o preso escapou. Após, iniciarem uma busca, rapidamente vem um guerreiro hotentote gritando: Capturamos um assassino (Attentäter). Qual?? pergunta o chefe indígena. O Beutelrattenlattengitterkotterattentäter, comenta o guerreiro. Como? O assassino que estava na jaula de cangurus coberta de tela? - Diz o chefe dos hotentotes. Sim - responde a duras penas o indígena - O Hottentottenstottertrottelmutteratentäter (o assassino da mãe do garoto hotentote surdo e mudo). Ah, demônios - diz o chefe - você poderia ter dito desde o início que havia capturado o Beutelrattenlattengitterkotterhottentotterstottertrottelmutterattentäter.
Assim, através deste exemplo, podemos ver que o alemão é facílimo e simplifica muito as coisas. Basta um pouco de interesse!!!!!!
16 maio 2006
Assinar:
Postagens (Atom)